Emre O Semideus de Notórian

9º Episódio
Capitulo I

Na volta para Uhat Dseyvar foi pensando em tudo que seu bisavô perdeu e que em conjunto ele perdeu também, pois eram seus ancestrais queridos. O Jovem Elfo ficou muito triste por perceber que apesar da beleza de Gaya seu seio é um palco muito pequeno em uma imensa arena cósmica.

E que sobre essa arena, infindáveis crueldades são infringidas pelos habitantes de um quarto desse mundo contra os habitantes de outro quarto desse mesmo mundo ou de um mundo paralelo!

Mas que não deixava de ser o seio de sua amada Gaya mãe de todos;

Pensou na quantidade quase imperceptível de habitantes desse mundo, que enfrentaram poderosas batalhas! Guerras que as vezes foram apenas começadas por frequentes mal-entendidos.
Se entristeceu pela ânsia que alguns têm por matarem uns aos outros, e o quão fervorosamente eles se odeiam.

Imaginou os rios de sangue que foram derramados por todos aqueles generais, imperadores e Reis como seu ancestral Barzud! Guerras que serviam apenas para que, em suas glorias e triunfos, eles pudessem se tornar os mestres momentâneos de uma fração de um quarto do mundo.

Chegando ao ponto de outro pequeno quarto do mundo sofrer as causas e os efeitos das suas atitudes! A imaginada auto importância era apenas a ilusão de que teríamos uma posição privilegiada no Universo.

Dseyvar estava prestes a se vingar... E sua vingança? Estaria certa ou erada?

Vamos recapitular: o bruxo exterminou Aodh pai de Dseyvar, que por sua vez, estava tentando se vingar dele, por achar fosse o culpado da morte do seu pai Layudah filho de Barzud e enlouquecido sua mãe Selissya.

Certo! Se o bruxo não tivesse conjurado a maldição sobre os pais de Aodh, o caçador não teria atirado uma flecha nele. Porque esse caçador queria apenas abater uma caça e não matar um Elfo.

Se Layudah estivesse na floresta como um Elfo que era, o caçado nem o teria notado.

- Mas porque Layudah estava como um Cervo na mira do caçador?

Porque não cumpriu com a sua palavra, pagando a recompensa estipulada pelo bruxo que lhe vendeu um feitiço.

- O bruxo estava errado?

Não por cobrar o que foi estipulado! O erro do bruxo foi apenas estar às margens do bem.

Layudah cometeu o erro duas vezes: Primeiro desobedecendo as ordens do Rei! Segundo por procurar magia negra para reverter um feitiço.

O bruxo nesse caso foi o bode expiatório para os erros alheios.

Tudo começou pela desesperada ilusão de Barzud de que, ele poderia desafiar os desígnios do criador. Entrando em um terreno que pertencia apenas ao criador:

Uma história trágica se desenrolou por um Rei desalinhar toda uma descendência perfeita, por esse pálido ponto de luz. "A pureza de uma raça".

Naquele momento, Dseyvar carregava o peso da cruz de todos os seus ancestrais sobre seus ombros; A responsabilidade de matar um bruxo que só fez o que lhe foi pedido.

A morte dos componentes dessa história foi consequência.

Mas como disse sua mãe a sacerdotisa Kalissia:

- "Para que voce possa entrar num mundo só seu, precisará terminar uma história inacabada. Precisará Matar Aantak que desencadeou tudo isso".

Mesmo sendo uma sacerdotisa de conceito,Kalissia estava totalmente equivocada.


Capitulo II

História de fundo

"Dseyvar foi deixado com Barzud logo após nascer! Kalissia era uma Sacerdotisa e não poderia cuidar de uma cria; Se Aodh tivesse voltado como planejado, seria diferente, ela teria fugido com ele depois que soube de sua gravidez.

Como isso não aconteceu ela ficou em perigo. Todo o povo que dependia dela a julgou por ser mãe. Uma Sacerdotisa era o centro da comunidade – ela podia ter bens, realizar transações e contatos com outras tribos, mas rejeitavam uma sacerdotisa mãe, porque ela não seria mais exclusividade do povo e sim da sua cria. a veneração à Deusa era acompanhada por uma cultura centrada na Sacerdotisa.
Para que não a fizessem perder sua cria, Kalissia foi protegida por Duini até que sua cria viesse ao mundo. Depois foram até “Suryanna” contaram a história ao Rei elfo e deixaram a pequenina cria de olhos azuis com Barzud.

O Rei ficou desolado coma perda de Aodh seu neto também por causa do mesmo bruxo, mas foi acalentado pela alegria do seu bisneto até o dia em que ele resolveu procurar Sion.

Dseyvar sempre foi obediente, senhor de suas ideias revolucionárias! Era estudioso em tudo que fazia.

Enquanto cria, ele dizia que seria um soldado valoroso, porém, ao crescer tomou repulsa pela morte que ele presenciava sempre que era necessário.
Então como era um bom espadachim resolveu ser instrutor do exercito do Rei.
As ideias revolucionárias e as estratégias de Dseyvar ajudavam muito para que o exército do Rei sempre saísse vencedor e tivessem poucas baixas.

Dseyvar só soube exatamente como seu pai morreu quando completou maioridade. Ele sabia apenas que seu pai morreu em batalha, que o reino ficou de luto por muito tempo e que sua mãe era rainha de um reino distante. Por esse motivo sua mãe e Aodh seu pai haviam entrado em acordo, de que a pequena cria ficaria no reino de “Suryanna” por direito.
Quando Barzud lhe deu o pergaminho de Kalissia Dseyvar só pensava na vingança pedida por sua mãe. Entretanto depois que foi a “Suryanna” ter com o Rei Barzud. Dseyvar voltou a Uhat com a ideia fixa de que queria conhecer Kalissia antes de qualquer coisa.

Sua mãe era a sacerdotisa do reino élfico de "Notorian" e não uma Rainha de outro reino.
Dseyvar sabia que, se ele não tomasse a iniciativa de vê-la Kalissia nunca o faria. Ela já havia aberto  mão dele para que ele fosse feliz no reino a que pertencia.
E como Sacerdotisa  precisava estar sempre no templo para que a Deusa lhe mostrasse em sonhos o que precisava fazer por seu povo.

A VOLTA PARA UHAT

Ao chegar à Uhat o Jovem Elfo foi para o Rio que cortava a floresta, procurou um lugar para sentar-se e descansar um pouco da viagem depois de um bom banho revigorante. Já havia anoitecido e ele queria apreciar a lua sobre as águas trepidantes do rio. Era uma ótima higiene mental para ele.
Deixou o arco que ganhou de Barzud bem à mão, pois poderia precisar dele a qualquer momento.
E se preparava para entrar no rio. Quando ouviu risadas alegres e foi até o local de onde vinham as risadas para ver quem estava em festa.

Ao se aproximar Dseyvar notou que entre elas, estava a risada de sua bela amiga Sigel. Ele pensou:

- "Oh que bom! Por serem risadas tão alegres, com certeza Sigel conseguiu controlar seus poderes e estão comemorando"!

Dseyvar ficou feliz com esse pensamento e se preparou para cumprimentar sua amiga e quem sabe ganhar um abraço de boas vindas! Mas... Havia algo estranho...
A risada masculina não era de Elessar como ele deduziu...
Para que não fosse pega por feiticeiros inescrupulosos Sigel estava incógnita entre eles.
Somente Elessar e ele sabiam.

- Deve ser algum Elfo que ajudou na consagração!

Pensou ele.
Dseyvar estava prestes a aparecer para eles e cumprimentá-los quando ouviu o tom doce da voz de sua amiga...
Aquele tom melodioso que ela escondia de Elessar, mas que ele já ouviu nos pensamentos dela...
Dseyvar gelou! Seu coração parou de bater por uns instantes.
Ele conhecia aquele mimo! Ele não sabia por que, mas se sentiu em choque...
Ficou paralisado. Dava a impressão que se ele movesse um músculo seu peito iria explodir.

O Elfo se encheu de coragem e afastou as folhas para olhar na direção deles.
Sua amiga sorria com malicia diante do olhar encantado de um ser divino!
 Ele não era um Elfo, nem tampouco um humano.
A bela criatura levitava acima da água do rio fazendo belas acrobacias para encantar sua amiga!
E estava dando resultado. Ela estava toda derretida por aquele belo espécime.
O olhar da bela criatura faiscava de excitação ao ver a Elfa despir-se para banhar-se no rio.
A beleza exótica do ser deixou Dseyvar  abobado olhando; Os cabelos dele eram como o ouro platinado, lisos e compridos enfeitados por uma tiara elfica em ouro, os olhos muito claros, era alto para um humano, mas não tanto quanto os Elfos.

Portava uma  indumentária tão divina quanto ele:

*Vestia Armadura de couro Élfico sobre malha, com um brasão no peito,
*Calçava botas de couro levíssimo, que privilegiavam seus movimentos de acrobacia,
*As pernas estavam desnudas, com certeza para locomover-se com agilidade e facilidade nos movimentos.
*As ombreiras pontudas em ouro e prata desciam um pouco no braço, por ser um local aonde as espadas costumam acertar.
*Nos pulsos braceletes também de ouro com placas de prata na parte superior.

Era forte, corajoso e bonito! Um poderoso guerreiro e estava com sua amiga Elfa.
Além de gracioso, tinha o olhar confiante de quem já venceu muitas batalhas e sabia exatamente prever os movimentos do oponente. Além de guerreiro também sabia encantar.
Dseyvar estava tão absorto em seus pensamentos que se assustou quando ouviu a voz forte do guerreiro falar com sua amiga, todo cheio de carinho:

- Minha querida voce sabe qual é a arma mais essencial em campo de batalha?

A Elfa respondeu delicada, mas sem rodeios;

- Sei meu lindo guerreiro! Sou um soldado no meu reino e muito do que aprendi foi voce que me ensinou.

Dseyvar sentiu-se desfalecer... e disse a si mesmo:

- Ele a ensinou? Então se conhecem a tempos...

Ele pensou em virar-se e ir embora, não queria mais ver o reflexo da lua, mas não conseguiu sair de perto daquele martírio.
Quem sabe? Ele poderia estar enganado. E os dois fossem apenas grandes amigos...

E continuou ouvindo. O Guerreiro falava todo lânguido e muito orgulhoso da sua beleza sedutora:

- Minha querida! A arma é a defesa de um guerreiro. E ele tem que acreditar que ela é uma extensão dele!  Se fizer dessa maneira a arma te levará a vitória e não será apenas um objeto em suas mãos .
Sua lança ou sua espada  são parte da sua alma, do seu corpo de quem você é.
Deixe-me ser a sua lança minha guerreira lutaremos juntos!
E juntos nós seremos sempre vencedores.

- Voce ser a minha lança?

- Sim! Sou um Semideus com poderes mágicos! E no meu mundo os feiticeiros podem transformar-se em armas daqueles a quem amam e pretendem defender a qualquer custo.

Dseyvar se sentou... Seu peito foi ferido com a flecha mais poderosa de todas. O guerreiro continuou:

- Depois que nos juntarmos, eu me transformo em sua arma de batalha e seguiremos evoluindo para sempre.

- Ambos seguiremos em sintonia para estarmos sempre renovando, cada vez mais. Criaremos um laço mais forte que qualquer outro. E se voce se encontrar em perigo eu me transformarei na poderosa arma que voce desejar! E seguindo seus desejos, farei tudo para protegê-la com meu corpo, com a minha própria vida.

Ao terminar de dizer estas palavras que doeram na alma de Dseyvar por senti-los tão íntimos.
O Tal de Semideus pegou a elfinha pela mão e puxou-a até seu peito, aconchegando sua cabeça entre as mãos grandes dele.
Sigel o abraçou pela cintura e permaneceram assim por um tempo. Em seguida Sigel subiu as mãos pelas costas fortes do guerreiro até sua nuca, enfiou a mão direita por baixo dos cabelos dele e com movimentos delicados e precisos acariciava-o.... Fazendo o grande guerreiro sentir-se apenas um menino nos braços da Elfa guerreira.
E ela gostou daquilo, porque o grande guerreiro estava molinho e dominado por suas carícias.

Dseyvar não entendia o que estava acontecendo com ele, parecia que a Elfa estava enfiando um punhal no coração dele e torcendo.
Cabisbaixo levantou-se e foi embora;
No caminho encontrou Elessar que apreciava a Lua na clareira.
 Pediu permissão para sentar-se junto dele.
A permissão lhe foi dada e o Jovem Elfo sentou-se em silêncio.
Alguns minutos  depois, contou ao amigo o que aconteceu e o torpor que estava sentindo, talvez Elessar pudesse explicar.
 E ele explicou! Disse a Dseyvar.

= Meu amigo! O que voce tem é mal dos humanos!

- Mal dos humanos o que é isso?

= Um sentimento que atende pelo nome de ciúmes.

- Mas eu sou um Elfo! E por que teria ciúmes?

Porque seu avô se casou com uma bela humana, sua mãe é uma sacerdotisa e voce herdou as essências delas. Voce não é somente Elfo.

- Explica melhor onde Sigel entra nisso?

= Simples! Voce a ama!

- E voce não Elessar? Eu vejo como voce se segura para não perder a compostura diante da sua pupila.

= Amo sim! Amo muito! Mas é diferente. Não tenho essência humana. Não sinto ciúmes.

- Voce pode me curar nas águas do rio Elessar?

= Não querido amigo! Não tem cura!

Estou perdido como todos os meus ancestrais então!

Encante-a! Use seus odores! O nosso odor natural, chamado feromônio, é uma das mais poderosas formas de se encantar alguém;

-Não posso?

= Porque não Dseyvar?

- Ela já está encantada por ti meu amigo.

= Eu não usei meus odores nela.

- Pois é! Nem precisou!

= Dseyvar isso é natural em mim meu amado amigo! Sou um reprodutor. É inevitável que as fêmeas se encantem, mas logo passa se eu não usar meu encantamento natural.

=  E sobre esse ser de que voce me falou; É Emre! Ele é  um semideus filho de Cernunnos o Deus da fertilidade com Tibia uma humana árabe.
Por esse motivo Sigel deve estar encantada assim, Tudo em Emre exala luxúria por ser filho de Cernunnos  Ele é mesmo um grande guerreiro e protetor do templo de Kalystria.

- O templo de Kalystria? Então conhece minha mãe?

= Com certeza por quê?

Quando voltei de ”Suryanna” Meu coração me pediu que eu vá até minha mãe. Preciso conhecê-la. Sinto muita necessidade disso.

= E sobre o bruxo?

- Estive conversando por longas horas com o Rei Barzud e cheguei a conclusão em comum acordo com ele de que todas as mortes foram consequências de algo feito a muito tempo por meu bisavô. Não sei se ainda desejo matar Aatank com minhas próprias mãos... Como queria antes...
Preciso saber o que minha mãe pensa realmente sobre isso...

= Pela manhã durante a alvorada, assim que surgir Surya nos reuniremos para irmos até "Notorian"
Pedirei a Emre que nos leve.

- A Emre? Porque a ele?

=Porque no templo de Kalystria só entra quem ela quer! Emre pode ser nosso mediador.

- Então não leve Sigel.

Dseyvar! Percebeu o que me pediu?? Haja como um Elfo descendente e sucessor de Barzud.
Nessa hora precisaremos de discernimento e ponderação. Sigel está conosco desde o princípio, passou precocemente por momentos terríveis durante o treinamento com seus poderes mortais para te ajudar.

- Perdoe-me Elessar Voce tem razão! Onde nos reuniremos?

= Em nefah!

- No Rio Elessar???

Sim porque? Vai odiar o rio por seus ciúmes?

Dseyvar levantou-se em silêncio e foi para casa pensar e tentar ser o "Príncipe Dseyvar" Herdeiro de Barzud de "Suryanna"....
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Comentários

  1. lol e agora?? ele irá ou não derrubar o bruxão?? uiaaaaaaaaaaa

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