Uma Espada É Viva

Episódio 4

Capitulo I

Foi muito irônico naquela hora lembrar-me de algumas palavras esquecidas, Palavras que chegavam claras até minhas memórias relapsas de um tempo passado, memórias que eu não conhecia até o momento. Vinda talvez de outro período que vivi, de um período de tempo que eu parecia ter se esquecido.
Mais irônico ainda o significado delas.

- “Existem seres que com sua espada podem cortar tudo e, ao mesmo tempo, não cortar nada".

Essas foram as palavras, que me vieram a mente diante da luz ofuscante daquele ser que estava ali diante de nós.
Apenas um ser que parou um povo gigante com muitos oponentes apenas com sua luz. Pensando nas minhas memórias me perguntei temerosa:

 - Haveria um ser capaz de cortar até mesmo o aço?

Tolice como alguém poderia cortar aço maciço? Só se...

Nesse momento o ser iluminado virou-se e ordenou ao rei.

= LIBERTE-A AGORA E NADA ACONTECERÁ A TI A SEU REINO NEM A SEU POVO!!

Para meu espanto ao vê-lo de frente era Elessar! E ao mesmo tempo não era! Havia algo nele que eu não conhecia como se ele possuísse dois espíritos.
O Rei acostumado a assustar e não a ser assustado disse orgulhoso de si:

- Como ousa me dar ordens?? Voce está falando com o Rei dos subterrâneos! Então curve-se diante de mim.

= Um Rei não se curva diante de nada nem de ninguém!

Disse o ser de luz.

O “meu consorte” gritou irado:

- Voce um Rei? Onde está seu exército? Eu não vou libertá-la porque ela é minha futura esposa e voce atrapalhou uma cerimônia de casamento.

Eu estava surpresa e me achando deselegante de como o tratei. Nunca imaginaria que Elessar fosse um Rei! Só me  falaram de seus poderes como mago e lutador.

Nisso o Rei do subsolo ordenou a seus homens que cercavam a sala da cerimônia que atacassem o ser, mas ele começou a reluzir intensamente outra vez ofuscando a visão dos Elfos Ocultos e fazendo-os cobrirem os rostos com gritos de dor. O "meu consorte" abaixou a viseira do seu elmo protegendo-se da luz intensa.
A fêmea que entrou com “meu consorte” na masmorra umas horas atrás aproveitando a confusão e a distração de seu macho, fincou no meu abdome uma faca muito conhecida entre nós os Elfos de todas as espécies por ter fio mortal, Uma perigosa faca com sete polegadas de comprimento, sua lâmina é feita de titânio, seu poder mortal são as três lâminas torcidas que ela possui para poupar o trabalho do adversário de precisar torcer a faca em nosso corpo ao ser utilizada, fazendo assim com que a vítima tenha graves hemorragias. As chances de alguém sobreviver a um golpe dessa faca são muito pequenas.

Em meio ao alvoroço e ao me ver ferida mortalmente pela fêmea do Rei o ser de luz gritou forte;

= Sigel!! Nãããoooo!

E com um movimento dos braços forçando-os para baixo com força e rigidez, criou um espaço de dois metros entre ele e os oponentes que tombaram diante a fúria do golpe. Aproveitando o espaço criado separou-se de alguém...
  Ele estava mesclado materialmente com outro elfo.
O “meu consorte” estava paralisado comigo nos braços sem saber o que fazer...
O Rei olhou com fúria   para sua fêmea que com medo se encolheu no canto da sala... Ela pensou que me matando livraria seu povo da batalha eminente e teria seu macho de volta.
O rei de repente soltou-me no chão e investiu contra Elessar e o seu segundo que até então eu não conhecia.
Durante a separação eles sessaram o brilho dando a chance dos Elfos Ocultos atacarem todos juntos.

Enquanto o "segundo de Elessar" veio em nossa direção para atacar o Rei. Elessar atacava os gigantes, recitando encantamentos antigos para desferir bolas de fogo, tomando cuidado para não acertar onde estávamos. (coisa que eu ainda não sabia fazer com meus poderes).

O "segundo de Elessar" desembainhou sua espada cortando o ar em um poderoso arco que penetrou no elmo que cobria a cabeça do Rei que com toda ira rosnou enquanto se virou colocando os olhos sob ele. 
O Elfo tinha precisão e grande foco em combate que exigia muita habilidade. Ele não era tão alto como Elessar e muito franzino diante do Rei. Mas sem medo dos olhos faiscantes de ira do rei ele disse:

- Harmond! Pense no que vai fazer voce não gostará de ter uma batalha conosco! E eu por meu lado não desejo feri-lo. Vimos que voce não foi culpado de ferir Sigel. Então, deixe-nos leva-la para cuidarmos dela enquanto é tempo.

O rei perguntou com raiva;

- Como sabes o meu nome anão?

- Sabemos tudo sobre os Elfos Ocultos! Ou não estaríamos aqui. Se voce presa sua gente, seu povo, deixe-nos ir em paz ou seu mundo deixará de ser oculto.

Disse o Jovem Elfo! Fazendo o rei parar por uns instantes... Eu também estava incrédula por alguém tão jovem possuir tanto saber. Orei disse a ele:

- Voces destruiriam o povo de um Reino inteiro por isso?

E me empurrou com o pé me fazendo urrar de dor liberando muito sangue pela boca.


Capítulo II


O Elfo ficou desesperado vendo que conversa não adiantaria, que minha vida estava se esvaindo.
Elessar não poderia ajudar, ele estava ocupado com os magos e seus demônios juntamente com os guardas do rei.
Então ele parou em posição de defesa esperando pelo Rei Hamond que caminhava com passos pesados em seu encontro carregando sua também pesada espada de aço bruto.
Em meus últimos momentos de lucidez olhei a posição excelente do jovem Elfo. Era uma defesa perfeita. A melhor defesa já feita até o presente momento por ele talvez. O jovem não fora preparado para tal coisa, sua espada foi criada para instrução! Seu aço poderia cortar carne, ossos e, em algumas ocasiões como ainda á pouco, cortar metais. Mas nada o prepararia para tal coisa!
Ninguém previu isso. Ele era apenas um instrutor e isso seria um combate. Ele observava o oponente vindo em sua direção... O Elfo talvez só tivesse uma possibilidade, ele tem o conhecimento, mas até então não fora capaz de compreender e agora apressadamente teria que arriscar.
 Só esperava estar certo.
Ele iria arriscar com a coragem e a presteza de que possuía...

  Enquanto isso: O mago que iria realizar o casamento conjurou rapidamente uma lâmina espiritual demoníaca e avançou contra Elessar que se esquivou com precisão do ataque e ficou atento.
 Elessar possuía uma habilidade incrível comas mãos e suas explosões de poder que atirava a distância os seus oponentes.
 O mago não conseguia surpreendê-lo de maneira alguma.

Enquanto Elessar lutava com eles a espada do Elfo dançava nas mãos dele tentando acertar o braço de seu oponente para desarma-lo. Mas o rei era um guerreiro e não ficava para trás nos movimentos com sua pesada espada.

Mesmo assim a espada do Elfo acertou o flanco do Rei que gritou e recuou ofegante.
O mago furioso ao ver seu rei ferido lançou uma esfera de fogo contra Elessar que parou o golpe com uma esfera de luz.

Para distrair Elessar o mago lançou uma esfera de fogo contra o Elfo que estava pronto a entrar em batalha com o rei novamente... O Elfo chocou-se contra a parede da caverna! Imediatamente Elessar enviou um faixo de luz verde de cura ao encontro dele que se levantou decidido com os olhos sujos de pó.
 Vendo que seu pupilo estava bem, Elessar derrubou o mago com sua “égide azul”. (um golpe feito  com as duas mãos postas junto ao peito, em seguida abrindo-as como se empurrasse com força) O mago foi atingido em cheio! Levantou cambaleante gemendo de dor e de repente correu velozmente na direção de Elessar o acertando no rosto com um poder concentrado na sua mão direita que fez com que Elessar girasse no ar, mas o meu mestre se protegeu ao voltar ao solo para evitar outro ataque, 
dito e feito; o mago investiu novamente com o "punho do demônio" mas Elessar segurou a mão dele e torceu quebrando-lhe os ossos.

 Enquanto o mago gritava de dor. Elessar de prontidão voltou a se desfazer dos Guardas do rei que o atacavam sem sessar.
 Para acabar de uma vez com a batalha não desejada Elessar usou o seu poder “Fênix”. Ele se abaixou cobrindo todo corpo com a capa que usava, fechando totalmente, em seguida uma luz muito forte escapou de dentro do casulo feito por ele e se converteu em uma explosão, dizimando todos os oponentes que se encontravam num raio de 20 metros. O Mago ainda no chão pôde ver claramente que Elessar estava coberto de chamas e avançava ferozmente para ele.

Ao mesmo tempo em que o jovem Elfo. voltou a batalha com Hamond .
Ele também precisava terminar logo com tudo aquilo antes que eu perdesse meu espirito para o terceiro mundo.
A espada do Jovem Elfo perdeu o elemento surpresa no momento em que a mão dele tocou no cabo e sua lâmina começou a ser puxada em direção ao adversário que parecia caminhar em câmera lenta de encontro ao aço em combinação com a armadura élfica.

O Elfo aprendeu que "uma espada é viva" e, mais do que isso, escolhe seu próprio dono. A princípio esses ensinamentos não significavam nada para ele, mas naquele momento, diziam tudo. Ele havia aprendido também ”que uma espada só deveria ser capaz de cortar o que seu portador quisesse! Capaz de cortar tudo aquilo que ele desejasse”.

Ele não podia calcular sobre isso naquele momento, não teria tempo! Precisava entender que a sincronia entre dois seres vivos, “Ele e a espada” são precisos!
Que a vontade de um é a vontade do outro,

- "a vontade do dono é a vontade da espada".

Mas... Como adquirir tal capacidade? Como confiar completamente em sua vontade e em sua espada, unindo-as de forma a atingir seus oponentes?
Aquela não era hora para dúvidas! Era hora para acreditar... O Elfo precisava tornar a espada uma verdadeira extensão de seu desejo e de sua vontade para superar todos os obstáculos da sua mente.

Após retirar totalmente da bainha ele levantou a espada enquanto fazia o “mudra Gyan” com a mão esquerda.

O rei Hamong levantou sua grande e pesada espada com uma distância de dois braços do Elfo. Quando o Rei abaixou a espada eu fechei os olhos... Não queria ver alguém tão jovem morrer assim por tentar me salvar... Fez-se silêncio!Toda aquela algazarra havia sessado...

Como se tivesse se passado uma eternidade, eu abri meus olhos devagar....Tudo já estava ficando escuro! A sensação de vida estava desaparecendo eu olhei na direção deles e vi.... O Elfo embainhando lentamente sua espada novamente, sentindo a precisão e graciosidade do movimento, enquanto a armadura e o corpo que habitava dentro dela estavam a seus pés, divididos ao meio dentro de uma grande poça de sangue.
Tinha sido um corte preciso e perfeito! E feito por um instrutor de esgrima.

O Elfo se encaminhou rápido na minha direção eu vi em seus olhos, que no intimo, ele agradecia, pois agora sabia que era capaz de ir mais além do que ser apenas um instrutor. Chegou ao meu lado me pegou com cuidado nos braços e disse;

-  Sou Dseyvar! Um Elfo da tribo de “Suryanna” Não se esforce vou levá-la comigo em segurança.
Por favor Sigel fique comigo. Ouça minha voz.

E eu.....

Desfaleci....

.....


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Comentários

  1. Buonanote cara escritora! Fantástico episódio. lutas perfeitamente fáceis de entender está de parabéns.

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